quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ciclo do café no Brasil: Modernizações de um lado, atrasos do outro (1840-1889)


Mesmo após a independência do Brasil em 1822, muitas das características do período colonial ainda se mostraram presentes, como por exemplo: a Grande propriedade de terras nas mãos de poucas pessoas ( latifúndios), a presença do trabalho escravo africano e uma economia agrícola voltada sempre para atender os interesses  do mercado externo, principalmente o europeu.

Com a decadência do Açúcar no século XVII e do ouro no século XVIII, o Brasil no início do século XIX, passa por uma profunda crise econômica até encontrar algum produto de interesse no mercado internacional, no caso o café. Com a revolução no Haiti ( 1794 – 1830), até então um dos principais produtores de café de exportação para Europa, o Brasil passa a ter papel de destaque na produção da fruta para exportação.

A produção do café no país se expande a partir de 1840 na Região sudeste, por causa do clima Tropical próximo ao mar em que as temperaturas não são nem muito quentes, nem muito frias.   Percebe-se então uma mudança no eixo econômico do País, antes  Nordeste, para o Sudeste , fazendo de São Paulo, Minas gerais e Rio Janeiro centros de referência urbanos.
Com o aumento das exportações da fruta, os cafeicultores, principalmente os cafeicultores paulistas do Vale do Paraíba ( também chamado de Oeste Velho) e algumas regiões de produção mais novas como em Jundiaí e Campinas ( Oeste Novo) , acumularam grandes somas de dinheiro e por consequência estavam adquirindo poder e prestígio nacional.

Não era raro  os cafeicultores comprarem inúmeros escravos de outras regiões para dar conta da crescente tarefa de aumentar as exportações. É claro que preço do escravo africano ia ficando cada vez mais caro, principalmente a partir de 1845 com a Lei inglesa Bill Alberdeen, que proibia o tráfico de escravos em águas internacionais do oceano atlântico.
Mesmo com todas essas dificuldades, os cafeicultores ainda tinham dinheiro suficiente para manter o fluxo de compra de escravos africanos, o problema maior seria que a oferta desses escravos seria dificultada com uma lei brasileira que colocava fim ao tráfico de escravo nos portos brasileiros chamada lei ”  Eusébio de Queiróz”.

Existiam duas alternativas: Manter o tráfico interno de escravos, arcando com os prejuízos econômicos do aumento de preços ou “criar” uma nova forma de trabalho no país, assalariando trabalhadores. A ideia de assalariar trabalhadores sempre foi muito mal vista pelos latifundiários, mesmo aqueles que produziam café. Somente uma região será responsável pela ousadia de assalariar inicialmente trabalhadores em grande escola, O Oeste Novo.

Nas regiões de campinas e Jundiaí, os cafeicultores preferiram reorganizar a força de trabalho e assalariar trabalhadores. Em termos lógicos, seria o mais coerente assalariar os negros que ali estavam, porém o racismo presente no raciocínio dos latifundiários brasileiros, fazem com que eles prefiram adotar a força de trabalho imigrante no lugar do trabalho escravo.

A partir de 1865, a imigração no Brasil começa a crescer em número de Europeus vindo para cá. Inicialmente esses europeus foram muito maltratados pelos cafeicultores, pois vinham para o país repleto de dívidas, que na prática acabam tornando o trabalhador praticamente um escravo. Somente a partir de 1875 que podemos ver os trabalhadores imigrantes europeus (em sua grande maioria Italianos e Portugueses)  sendo considerados como trabalhadores assalariados de fato, sem cair em armadilhas de dívidas propostas pelos cafeicultores.

Com a adoção do trabalho assalariado, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro crescem muito, principalmente com o surgimento de novos estabelecimentos de prestação de serviços como : Padarias, mercearias, quitandas, barbearias, açougues , até mesmo bancos para oferecerem créditos para os latifundiários do café aumentarem suas plantações ou mesmo construírem ferrovias ou estradas de ferro para melhorar as condições de transporte do produto para os portos . Todo esse desenvolvimento estava girando em torno da possibilidade de desenvolver um mercado consumido interno, até então inovador se pensar que o Brasil organiza sua economia para o mercado externo.

Percebe-se então, que o Brasil buscou modernizou-se graças ao café, trazendo para o país trabalho assalariado, cidades mais ativas e um pequeno mas próspero mercado consumidor interno, por outro lado ainda mantinha muitas heranças coloniais como a convivência com o trabalho escravo, pelo menos até 1886 e a produção agrícola de produtos voltados para o mercado externo, sempre com a presença de latifúndios.















quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Recuperação 9 ano A

Observe a imagem abaixo e responda as seguintes questões



Fonte:





A- De acordo com a imagem, podemos relacioná-la com um contexto histórico determinado da Segunda Guerra Mundial. Sobre qual evento esse cartaz soviétivo se ncaixa melhor. ?
 
 
B- Pesquise sobre a "suástica" nazista e o significado da Bandeira Da URSS e discuta, por que a partir dessa imagem podemos estabelecer duas sociedades disttinas.
Obs: Não esqueça de apresentar algumas características dessas duas sociedades que de fato as diferenciem.
 
 
 
 
 
 


 
C- A imagem ao lado, demonstra as contradições da Guera: À esquerda, Primeiro Ministro Inglês Winston  Churchil, ao centro o Presidente americano Franklin D. Roosevelt e a Direita o Líder soviético Joseph Stalin. em 1945. Com base em que conclusões a respeito dos destinos sociais desses países, podemos afirmar que foi um encontro, no mínimo contraditório, motivado apenas pela necessidade da Guerra.
 
 
2- Observe o Texto Abaixo
 
Ao chegar a um campo [ de concentração], os prisioneiros eram despidos: todo o seu cabelo era cortado. Recebiam uma camisa e uma saia ou uma calça ( de acordo com o sexo) de tamanho indiscriminado. Em seguida eram agrupados e distribuídos como animais, sem qualquer respeito pela idade ou Estado de saúde.
[...]
 
Em Vários campos de concentração - Auchswitz foi o pior deles- testaram injeçoes destinadas a produzir esterelidade em mulheres, experiências tão devastadoras, tanto física como mentalmente, que as sobreviventes só podiam ser enviadas para os fornos de birkenau.
 
Fonte: FOOT, M.R.D. As atrocidades Nazistas. In: século XX. São Paulo: abril,1968. pág.2060.
 
A- Segundo o texto, quais foram as principais características dos campos de concentração Nazistas?
B- Com base nas informações do texto, qual sua opinião sobre um campo de concentração? existiria algum argumento ou motivo que justificasse tal conduta?
 
Boa sorte mentes brilhantes!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Questões 9º ano - " O Resgate do soldado Ryan"

 O resgate do soldado Ryan, então dirigido por Steven Spilberg, buscou relatar de forma particular a brutalidade da Segunda Guerra Mundial. O contexto do filme encontra-se na invasão norte americana as praias francesas com objetivo de eliminar a resistência alemã no território. Conhecida como o dia D ( decisivo) a batalha pelas praias da Normandia ( França) demonstraram tanto a capacidade americana de intervenção militar como a violência exercida por ambos os lados. Porém como todo filme, a história que se conta é sempre uma interpretação, um relato de quem escreve ou de quem dirige. O maior risco de quem assistir filmes é interpretá-los como uma "verdade pura" isenta de um foco interpretativo. Com base nessa afirmação responda:

  1. Com suas próprias palavras, faça um pequeno resumo da história do filme, relatando também suas impressões sobre ele?
  2. Fica evidente que o filme é uma produção norte americana. A partir dessa constatação e da compreensão da participação dos EUA na guerra, defina  que tipo de imagem se cria no filme a respeito do papel dos Norte americanos e dos alemães na guerra?
  3.  Segundo o filme, poderíamos notar um nacionalismo americano no enredo? justifique sua resposta.
  4. Existe um inteção no filme em não apresentar a guerra como dolorosa para os  alemães, como se fossem máquinas de inquestionáveis de guerra. Existiria essa mesma posição do filme ao apresentar os soldados norte americanos?  O filme estaria contribuindo para que compreendamos os soldados alemães de que forma?
  5. A partir de suas respostas anteriores, por que podemos afirmar que a história do filme não combina com a interpretação tradicional da guerra como fruto de um estrangulamento imperialista? Qual seria o sentido geral das causas da guerra segundo o filme.

Data de entrega: 29-11
Folha almaço.
Resposta completas.
Boa sorte mentes brilhantes!
 
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O governo Provisório de Getúlio Vargas

Contexto Para o Golpe de 1930

Getúlio Vargas, nascido em São Borja (RS) em 1882, fez sua carreira política no Rio Grande do sul. Ocupou diversos cargos  como o de deputado estadual, federal, governador do Estado do Rio Grande do Sul e  também foi ministro da Fazenda de Washington Luis, o mesmo presidente que em 1930 será deposto pelo conjunto de forças organizados por Rio Grande do sul, Paraíba e Minas Gerais, exigindo mudanças na estrutura política do país.

É diretamente sobre os eventos ocorridos em 1930 que Vargas se destaca como um ícone da política nacional. Após a intensa crise de 1929, que enterra a já agonizante política de exportação do café, os eventos políticos no Brasil sinalizavam ares de mudanças. A Expectativa para as eleições de 1930, estavam depositadas na ideia de washington luis ( presidente paulista) nomear seu sucessor, obviamente um presidente mineiro.

O Esperado seria a continuidade da política do café com Leite, porém a nomeação de Júlio Prestes à presidência ( paulista), cria uma situação de tensão e coloca em risco a própria aliança entre São Paulo e Minas Gerais. Desgastados pela intesa repressão que sofriam com os prolongados mandatos presidenciais paulistas, os demais Estados do país ( entendam, as elites nacionais e alguns setores da classe média) resolveram conjuntamente propor uma nova candidatura para apresidência de São Paulo.

Surge então, a famosa ALIANÇA LIBERAL, um grupo político formado principalmente pelas elites regionais do Rio Grande do SUl, PARAÌBA e Minas Gerais, que se uniram contra a candidatura de Júlio Prestes, levantando Getúlio VArgas como Candidato à presidência da República no Brasil.

As campanhas eleitorais ocorrem, hora com mais, hora com menos agitação e Getúlio perde nas urnas. Os simpatizantes da Aliança Liberal clamam que as eleições foram fraudulentas e o Estado de Tensão aumenta no país, o controle direto que São Paulo tinha sobre os demais Estados começava a ser abalado graças a essas agitações.

Com a morte do Vice de Vargas João Pessoa, o Estado de tensão aumenta, pois um dos supostos mandatários do crime, teria ligação com Washington Luis. A causa da morte esteve ligada a questões regionais particulares, mas foi o suficiente para se tornar o Estopim de um movimento golpista organizado pelas elites regionais presentes na Aliança Liberal.

Arquitetado os planos gerais, Getúlio Vargas e sua influÊncia regional, compactua com as lideranças militares do RS e Marcha oara a capital do País, até o momento Localizada no Rio de Janeiro. Washington Luis encontrava forças no apoio dos militares de alta patente do Exército da região carioca, que logo retiraram seu apoio com receio de inciar uma Guerra civil.  Vargas saía vitorioso de sua Marcha.

Pontos fundamentais do período provisório Varguista

  • Vargas se torna presidente provisório, graças a intensas negociações entre ele, seus aliados e a alta cúpula do exército.

  • Sua função era desmontar a política do café com leite e permitir que os demais estados participassem de alguma maneira da política nacional.

  • Com a crise de 1929, Vargas percebe que o Brasil necessariamente deveria encontrar outras fontes de riqueza que não somente um produto exportável, por isso incentiva a  industrialização do país.

  • Para  uma industrialização de peso, seria necessário dinheiro e um forte investimento educacional. Em 1932, surge um famoso manifesto denominado " Manifesto dos Pioneiros da Educação" que demonstra a necessidade de reorganizar a educação do país para impulionar o modelo industrialista brasileiro.

  • Vargas em 1931 cria o Ministério do Trabalho, uma espécie de parachoque entre os trabalhadores urbanos e a burguesia brasileira, julgando e estabelecendo leis trabalhistas que no fundo, segundo alguns históriadores, beneficiavam os dois lados, obviamente em grau e intensidade diferentes.

  • Em 1932 São Paulo se indispõe com Vargas e desse conflito surge a UNIVERSIDADE DE SÂO PAULO (USP) como um ponto de referência da intelectualidade da elite paulistana.
Meninos é somente um resumo. Espero que tenha ajudado com uma compreensão mais generalista do período.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Tópicos Especiais em história da América. ( 2º Médio)

Estudando o processo de colonização da América Espanhola, percebe-se que em muitos quesitos ela se distanciou do modelo colonizador da América Portuguesa. É com essa diferenciação que colocamos em discussão as independências do continente americano a partir do início do Séc. XIX.

A sociedade colonial espanhola, dividida fundamentalmente em Chapetones, Criollos, Indígenas e escravos africanos ( em menor quantidade), de certa forma representavam o modelo exploratório desenvolvido pela Metrópole, em que privilegiou a extração de metais preciosos como o ouro e a Prata.

As disparidades regionais tornam-se acentuadas a medida em que as diversas regiões podem ou não oferecer a mercadoria de maior liquidez no mercado ( ouro e prata). Por exemplo: México e Peru, fundamentalmente desenvolveu um setor mineiro expressivo, diferentemente de Chile e Argentina que tiveram suas economias voltadas para os mercados locais, não sendo "tão importantes" para os colonizadores espanhóis.

A FUNÇÃO POLÍTICA E  ECONÔMICA DOS CRIOLLOS.

A partir da comprensão da estrutura da colonização da América espanhola, pode-se estabelecer um panorama da função econômica dos Criollos. Esse são espanhóis nascidos na colônia, proprietários de terras, cuja ação econômica está voltada para os mercados regionais.

Como se explica isso? Graças a expectativa de extração primeira de metais preciosos pela América Espanhola, as haciendas ( ou os latifúndios dos Criollos) não tinham aberturas para realizarem comércios internacionais, devido a falta de interesses da Coroa Espanhola.

Politicamente, os Criollos eram elites, excluídas dos principais cargos de gestão da colônia, cabendo esses aos chapetones. De fato, um espaço político conquistado e permitido aos criollos foram os cabildos, espécie de câmara regional em que questões como obras públicas, preço das mercadorias no mercado interno, impostos a serem cobrados a nivel regional fossem discutidos e estabelecidos.

No processo de independência da América Espanhola, a participação popular será fundamental para a libertação do julgo metropolitano, contudo o controle dos moviemntos sociais sempre ou na maioria das vezes esteve nas mãos dos criollos, estabelecendo um traço elitista  na formação das Repúblicas Latino - americanas e mantendo a tendência de exclusão das camadas populares indígenas do território.

O Liberalismo Americano

A- Exclusivo Metropolitano e a Revolução Industrial. 

A dependência colonial, organizada a partir dos laços do exclusivo metropolitano, gerava inúmeros problemas internos nas colônias: desde o  monopólio dos preços tanto de produtos de exportação, como de produtos de importação vindos direto da Metrópole, até a formação de uma camada populacional indígena ou mestiça extremamente pobre e excluída de qualquer processo político decisivo.

Podemos estabelecer o seguinte quadro teórico:  O Exlusivo Metropolitano, foi um sistema econômico gerador de super lucros, mas politicamente instável, pois não permitia a participação política de grande parte da sociedade colonial, ocasionando inúmeros desgastes sociais.

Acrescido a esse problema, temos de compreender os impactos da Revolução industrial na estrutura de dominação Metropolitana. Com o estabelecimentos de novas técnicas de produção, a organização processual do trabalho assalariado desde o século XVII, começando pela expropriação das terras comunais e das pequenas propriedades ( cercamentos) e a acumulação de riquezas a partir do comércio colonial e do tráfico de escravos, a Inglaterra integra sua economia na dinâmica Capitalista.

Pioneira em relação a qualquer outro país do Globo, o capitalismo britânico contrastava com a velhas práticas ( pré-capitalistas, segundo os conceitos do professor) do mercantilismo. Mas como? O nível de produção da Inglaterra Cresce assustadoramente e necessariamente ele precisa escoar seus produtos não somente em seu mercado interno, mas também a nível internacional. Porém, como escoar seus produtos, se metade do mundo encontra-se sobre uma lógica de dominação colonial monopolista?

 Logo, estabelecida a Revolução industrial, os ingleses defenderão as ideias do Livre Mercado, desenvolvida pelo economista inglês Adam Smith, em que basicamente consistia no seguinte procedimento econômico: O estabelecimento dos preços de mercados, não podem ser regulados por intervenções estatais como impostos ou tarifas alfandegárias. Os produtos devem circular livremente, sendo organizados por uma "mao invisível" que regularia os preços em relação a sua oferta e procura.

O liberalismo econômico inglês é claramente contrastante com a ideia mercantilista de monopólios coloniais, financiados pelo mecanismo do exclusivo Metropolitano, ao mesmo tempo que segundo Smith, todas as regiões controladas pela lógica da mão invisível, se esforçarão para produzir aquilo que elas tem de melhor, para que suas necessidades possam ser satisfeitas oferecendo o melhor produto de interesse para o outro comprador.

Ve-se então uma intenção de especializar e dividir o trabalho e a produção em escala mundial, de acordo com suas "especialidades".

As independências da América espanhola não podem ser compreendidas sem a luz das dificuldades internas de manter o exclusivo metropolitano, muito menos sem a ação da revolução industrial na lógica da produção Mundial.

b- O liberalismo Americano

Com a Europa invadida por Napoleão Bonaparte, o desgastado exclusivo metropolitano, perde sua função prática e abre para os mercados Americanos a possibilidade de Liberdade de comércio. De fato, entenda liberdade de Comércio, como a expansão do mercado inglês em território Americano, devido a própria compreensão de Liberalismo desenvolvida pelos Ingleses e as condições político- econômicas da época.

Nesse caso, o liberalismo americano, possui traços bem claros a respeito de sua função: Especializar-se em vender produtos primários de baixa tecnologia, comprando produtos industriais ingleses tipicamente produzidos sobre a lógica capitalista. Uma transferência do modelo de dependência mercatilista ( exclusivo metropolitano) para uma dependência capitalista ( liberalsmo econômico.)

  










domingo, 18 de março de 2012

Revolução Mexicana 1910- 1920

O maior desafio de qualquer interessado em estudar a América é o de compreendê-la segundo um processo histórico particular extremamente rico em que se misturam experiências culturais indígenas autóctones, ou seja dos povos que residiam a América antes do contato do Colonizador europeu, como Também Africanas e Européias.

O resultado do intenso fluxo cultural exposto acima foi  a formação de uma sociedade híbrida tanto em termos "físicos" como políticos , econômicos e socias, dando destaque para a influência dominante das estruturas de poder estabelecidas pelo colonizador Europeu. Dentre tantas destacamos a presença da grande propriedade como fator de produção econômica e social, que benficiava uma pequena elite colonial ( geralmente de origem europeia) e satisfazia os interesses metropolitanos de aquisição de super-lucros.

A grande propriedade solidificou-se de forma tão estrutural na sociedade Americana, que mesmo após o fim dos laços colonias seu padrão de dominação ( antes colonial, depois nacional ou neocolonial) maneve-se contruindo um espaço político autoritário e excludente o suficiente para manter a estrutura social aritificialmente desigual.

O caso mexicano, apesar de suas particularidades, apresentou características muito próximas ao modelo de análise que propomos aqui. Os indígenas ( descendentes ou não do Império Asteca) desde a epóca colonial foram sistematicamente explorados realizando trabalhos compulsórios como a Mita e perderam suas terras para a dar espaço ao formato básico de dominação colonial: os latifúndios. 

Porém para os indígenas a noção de propriedade da terra não combinava com a noção do Europeu. Enquanto para os índios, a terra deveria ser um espaço coletivo, em que o produto da produção fosse dividido coletivamente, para o europeu a terra deveria pertencer a todo aquele indivíduo que por meios econômicos ( compra da terra ) ou júridicos ( Heranças ou códigos coloniais) estabeleceria um domínio em que o resultado da produção tenha destinos relativamente individuais.

A passagem do México colonial para o México Independente ou "Nacional" não retirou das tensões políticas o problema da propriedade da terra indígena, bem como sua exclusão política e social. A formação do Estado Nacional Mexicano reforçou a lógica da grande Propiedade e ainda por cima não permitu que indígenas participassem do processo político do país, uma bomba esperando para ser ativada.

De forma específica, o México Tornou-se um país políticamente e economicamente liberal aos moldes americanos, permitindo liberdade de mercado aos produtores latifundiários e exlucsão política dos não participantes desse jogo perverso.

Os Antecendentes da Revolução

Em 1876 Sobe ao Poder do México Um líder apoiado pelo exército e favorável a manutenção da grande Propriedade Porfírio Díaz. Em seu governo os latifúndios se ampliaram, os indígenas continuaram excluídos do processo político. Porém, a opção pela manutenção de um pacto político excludente em que favorecia fundamentalmente os latifundiários, fez com que setores urbanos ligados a propostas " democráticas" realizassem protestos em busca de um sistema político que privilegiasse outras camadas da população.

As tensões tornam-se insuportáveis ao início do século XX: Por um Lado, Francisco Madero, um latifúndiário representante de uma proposta política mais abrangente, que atendesse outros setores sociais e de outros a questão indígena insatisfeita e acumulada desde o início do processo de colonização. Porfírio Díaz sede e convoca eleições gerais em 1910.

Contudo, O ditator manobra a situação política prendendo Madero e se considerando único candidato, que por consequência seria vitorioso. Madero Foge da Prisão e vai para os EUA, onde escreve um manifesto ( programa de São Luis do Potosí) onde defende a Reforma política e a reforma agrária no México.

A notícia do Programa de Potosí é muito bem recebida no México, pois líderes Regionais ( Emiliano Zapatta ao sul , Pascual Orozco ao centro e Pancho Villa ao Norte) decidem apoiar o programa atravpes da luta armada. Politica e militarmente, o gorveno de Porfírio Díaz tornou-se insustentável, forçando-o a renunciar em 1911.

Os Desafios Indígenas e a questão da Terra.

Com a saída de Díaz, Madero toma o controle do país tornando-se presidente. Para espanto de todos, O recém presidente mantém a estrutura política e social do antigo governo, gerando insatisfação geral dos líderes regionais mexicanos  que decidem combatê-lo e implementar um programa de reforma agrária conduzidos diretamente por suas lideranças.

Nesse contexto que Zapatta lança o famoso programa de AYALA que busca reforçar a ideia da reforma agrária, devolvendo as terras comunais aos índios e expropriando por meio de pagamento de indenização 1\3 dos latifúndios mexicanos. Pancho ao norte apoia as ideias de Zapatta, mas não se esforça para organiar um exército de Frente ùnica.

As lutas contra Madero, o enfraquecem políticamente a ponto de em 1913 o então presidente ser assassinado por um representante do Exército, o general Victoriano Huerta. O novo presidente se estabelece no controle do México de forma impopular ( por via de um golpe) e não estabelece diálogos com os líderes regionais do México, inicia-se uma nova Jornada.

De Huerta a Carranza e os problemas de realização do porjeto Zapatista.

 Considerado como um herdeiro político do porfirismo, Huerta é combatido tanto por Zapata como por Villa, porém o diferencial é que agora ambos uniram formças em um exercito de coalização, organizados por um governados da Parte Norte do México Venustiano Carranza.  

As inensas disputas e a intervenção dos norte americanos nos porto de Vera Cruz desestabiliza o governo Huerta abrindo espaço para que Carranza assumisse o Poder no México. Carranza "constrói" uma constituição em que garante a distribuição da terra aos índigenas, porém as leis criadas ficam apenas no papel, mostrando-se ineficazes na prática.

Obviamente que as tensões se mantém, mas Zapata é assassinado por Carranza desmobilizando o movimento sulista indígena. Pancho Villa em 1920 abandona a luta torando a experiência de 1910 enfraquecida.

Por outro lado, os governantes que se sucessederam percebram que as tensões sobre o conflito da terra não se espalhariam somente com madidas violentas e por isso iniciaram um processo de distribuição das terras no México, limitando o tamanho dos latifúndios, porém muito aquém do que zapata poderia esperar.

Problemas e discussões a respeito da Revolução Mexicana

O primeiro problema de que temos é o problema da periodização histórica, pois a maioria dos livros didáticos descontextualiza a revolução Mexicana e a coloca em um espaço de apenas 10 anos. Muitos autores colocam a revolução Mexicana como um processo social que vai de 1910 a 1940. Construindo uma série de novos eventos como a crise de 1929 e México, a formação do Paritdo Nacionaç Revolucionário ( PRN), sendo os anos de 1934 a 1940 fundamentais para implantações de projetos de reforma Agrária.

Segundo são os problemas de análise da Ordem interna, pois os livros descontextualizam o importante papel da industrialização na parte norte do país, excluindo a presença do petróleo das ferrovias no processo de formação de uma camada urbana proletária e a participação de classes médias no processo de revindicação política.

Terceiro, os livros didáticos pouco expõe os conteúdos do programa de Potosí desenvolvido por Madero, muito Menos o Programa de Ayala, afastando dos alunos a compreensão extendida do potencial de resistência e reivindicação do povo Mexicano.

Quarto, a falta de criticidade em relação ao México Contemporâneo e o México revolucionário, pois a partir da década de 80 a Questão agrária volta a ser um ponto de discussão´, quando as terras comunais indígenas por meio de leis passam a ser comenrcializáveis e por isso reforçando o processo de exclusão social. A dimensão desse conflito deu margem para o Surgimento do Exercito Zapatista de Libertação Nacional em 1994,liderado pelo Sub comandante Marcos, cuja intenção é a presrvação e os avanços das lutas agrárias no México.

Assistam ao documrentário proposto para que vocês possam ampliar seus conhecimentos sobre o movimento Zapatista atual: http://www.youtube.com/watch?v=D2h23tOhX9k

Obs: Postei apenas a primeira parte do documentário, busquem as outras quatro no youtube.




segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

fascimos alemão e italiano

Primeiros cuidados.

Geralmente quando se busca em livros didáticos ou em sites educacionais temas relacionados ao fascismo percebe-se que existe uma divisão didática entre fascismo italiano e nazismo alemão. Dada minhas interpretações, eu não utilizo essa divisão pois considero o fascismo um fenômeno ampliado, em que sua compreensão maior deve ser realizada evitando reduções didáticas que ofuscam os conceitos.

Nem todo governo autoritário é fascista. Correntes políticas, geralmente ligadas a esquerda, utilizam a bagagem conceitual do fascismo geralmente para criticar governos autoritários. Em termos estritamente teóricos, implica em um erro conceitual, porém em termos políticos, determinadas situações, com colocações bem colocadas, o termo presta ao seu serviço de "combate político".

Conceitos e características do fascismo.


O fascismo foi uma proposta social (em termos menos precisos uma " forma de vida") que buscava dar respostas rápidas aos problemas italianos e alemães do pós 1ª Guerra. Seu radicalismo, confunde-se muito com o ânimo social dos dois países. Tanto na Alemanha quanto na Itália a quebra do sistema liberal de convivência e  a ascenção do moviemnto socialista, faz com que surgisse uma terceira via em que negasse simultaneamente ambos, o fascismo.

Características gerais dos fascismos.

  • Governos autoritários anti-liberais e anti- socialistas.
  • Fim do sistema partidário e criação de um único partido.
  • intolerância ao estrangeiro ( xenofobia)
  • Racismo ( teorias arianistas e a ideia da raça pura)
  •  Uso intensivo de propaganda ( através de rádios, comícios e imagens grandiosas)
  • Intervenção Estatal na economia ( política de empregos públicos e sustenção da capacidade produtiva industrial )
  • Construção de ideais afastados da relaidade ( " comunidade orgânica" e a infabilidade do líder)

Fascismo Italiano

O modelo fascista pioneiro, foi de fato o Italiano, surgido dez anos antes da ascenção de Hitler ao poder na Alemanha em 1933. A palavra fascista vem do latim "fascio" que significa "feixe de varas" um símbolo  de poder da elite patrcía roamana. Na prática o símbolismo da palavra remete-se a dificuldade de romper um feixe de váras unidos constitutivamente. 

A Ascenção do fascismo na Itália não foi mecânica, ou seja, não conquistou o povo italiano de uma hora para outra, devemos olhar essa condição históricamente. Após a primeira Guerra Mundial, temos uma Itália com uma monarquia liberal enfraquecida politica e economicamente, abrindo espaço para a ampliação de ideias socialistas no país.

As elites produtivas do país ( burguesia), conjuntamente com setores da classe média interpretam que o governo de Vitor Emanuel 3º era um governo fraco, que não dava respostas aos problemas do pós- guerra nem da questão de ampliação dos movimentos socialistas, ou seja, estavam abertos a propostas políticas que  solucionassem seus temores, por isso adotam as ideias de Benito Mussolini como de "interesse vital."

É sob condições explícitas de um confronto de classes que o fascismo toma seu espaço político na Itália, apoiado pela Burguesia e Classes médias, seus ideais se expandem entre 1919 até 1922.

O crescente apoio da sociedade italiana aos fascistas, vai também agravando os confrontos entre eles e os integrantes de movimentos socialistas. A formação de milícias fascistas ( camisas negras) demonstram o estado de ânimo dos confrontos na Itália.

Em 24 de outubro de 1922 em uma demonstração clara de ampliação de poder, Mussolini caminha com sua mílicia sob as ruas de Roma ( Marcha sobre Roma), exigindo participação direta no poder. O rei Vitor Emanuel assusta-se com o evento e conclama Mussolini como Primeiro Ministro da Itália, o fascismo trinfou nesse país.




Fascismo Alemão

Mesmo sendo o fascismo Italiano o pioneiro, foi a consolidação do fascismo alemão que tornou esse evento grandioso e potencialmente destrutivo.  A Alemanha devastada pelo Tratado de Versalhes e pela crise de 1929, desperta os ânimos tanto socialistas como fascista, sendo Hitler seu maior expoente.

A exposição sistemática de uma ideologia nacionalista, racista e xenofóbica, conjuntamente com a fraqueza do modelo republicano do pós- guerra ( República de Weimar ) e as constantes derrotas do ideário comunista na Alemanha, faz com que Hitler entre 1929 e 1933 adquira muita influência entre as camadas mais baixas e médias da população alemã.

Seu prestígio e mais sua megalomania por uma " Grande Alemanha" dão força suficiente para que o mais novo "líder" alemão, construa uma milícia particular fiel aos ideários fascistas: a SA ("Sturmapteilungen") ou Divisão de Assalto, que futuramente tornar-se-á a SS (Schutzstafell), ou Tropas de Proteção.

O potencial político de Hitler ofusca o governo republicano alemão, "obrigando-o"  a conceder-lhe o cargo de primeiro ministro da alemanha em 1933, eis o triunfo fascista alemão.

A propaganda fascista

A capacidade de transmissão do ideario fascista, muito se deve a sua capacidade peculiar de dominar os recém criados meios de comunicação como o rádio e o cinema, como também de criar símbologias que sugerissem uma " comunidade orgânica" nacionalista.

 


assistam ao video que mostra a capacidade de alienação do discurso fascista