No início do século XIX, entre 1810 e 1828, em uma única geração, praticamente toda a América Latina
obteve sua independência das metrópoles ibéricas. Comparando o processo de independência da América
Espanhola e do Brasil, podemos afirmar o seguinte:
(A) Em ambas as independências, houve a participação de índios e negros (escravos ou libertos), pois a
independência significava liberdade, e esse sonho era comum nas colônias.
(B) Em toda a América Latina, a independência foi feita pelo povo, que lutou ao lado da elite proprietária de
terras e de minas, havendo o apoio de tropas inglesas e francesas.
(C) Na América Espanhola, índios das missões,sob liderança jesuítica, foram os primeiros a se rebelar,
sendo prontamente seguidos pelos colonos. De maneira diversa, no Brasil, os colonos se rebelaram,
mas os índios não se envolveram nessa questão política.
(D) Na América espanhola, a luta foi liderada pela elite criolla; após as guerras de independência, a América
Espanhola se dividiu, originando várias repúblicas. No Brasil, a elite contou com o envolvimento do
príncipe regente português, sendo adotada a forma imperial após o fim do sistema colonial.
(E) As independências latino-americanas foram concedidas pelas metrópoles ibéricas,esgotadas
financeiramente após as Guerras Napoleônicas. Não conseguindo mais administrar a América colonial,
pelos altos custos despendidos nas colônias, a libertação americana foi a solução encontrada.
2- (UFV) Durante o período Napoleônico (1799 - 1815), entre as medidas adotadas por Bonaparte, assinale aquela que teve repercussões importantes nas relações comerciais do Brasil com a Inglaterra:
a) Restauração financeira, com a conseqüente fundação do Bando da França, em 1800.
b) Decretação do Bloqueio Continental, em 1806, com o qual Napoleão visava arruinar a indústria e o comércio ingleses.
c) Promulgação, em 1804, do Código Civil, que incorporou definitivamente à legislação francesa os princípios liberais burgueses.
d) Expansão territorial da França, graças à incorporação de várias regiões da Europa, formando o chamado "Império Napoleônico".
e) Criação do franco como novo padrão monetário.
3- Etec 2008
Neste texto, Ruy Castro se transporta no tempo e se vê como um jornalista a noticiar a chegada da Família
Real ao Rio de Janeiro, ocorrida há 200 anos.
É hoje!
Rio de Janeiro. O príncipe regente dom João desembarca hoje no Rio com sua família e um enorme séqüito
de nobres, funcionários, aderentes e criados. Precisou que Napoleão botasse suas tropas nos calcanhares da
Corte para que esta fi zesse o que há cem anos lhe vinha sendo sugerido: transferir-se para o Brasil.
Não se sabe o que, a médio prazo, isso representará para a metrópole. Mas, para a desde já ex-colônia, será
supimpa. Porque, a partir de agora, ela será a metrópole. E, para estar à altura de suas novas funções, terá
de passar por uma reforma em regra – não apenas cosmética, para receber o corpo diplomático, o comércio
internacional e os grãos-fi nos de toda parte. Mas, principalmente, estrutural. Afi nal, é um completo arcabouço
administrativo que se está mudando.
Para cá virão os ministérios, as secretarias, as intendências, as representações e a burocracia em geral. Papéis
sem conta serão despachados entre esses serviços, o que exigirá uma superfrota de estafetas [mensageiros].
A produção de lacre para documentos terá de decuplicar. O Brasil importará papel, tinta e mata-borrões em
quantidade, mas as penas talvez possam ser fabricadas aqui, colhidas dos traseiros das aves locais.
Estima-se que, do Reino, chegarão 15 mil pessoas nos próximos meses. Será um tremendo impacto numa
cidade de 60 mil habitantes. Provocará mudanças na moradia, na alimentação, nos transportes, no vestuário,
nas fi nanças, na medicina, no ensino, na língua. Com a criação da Imprensa Régia, virão os jornais. O regente
mandará trazer sua biblioteca. Da escrita e da leitura, brotarão as idéias.
Até hoje, na história do mundo, nunca a sede de um império colonial se transferiu para sua própria colônia. É
um feito inédito – digno de Portugal. E que pode não se repetir nunca mais.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo, 08/03/2008)
O texto de Ruy Castro apresenta algumas mudanças
ocorridas na Colônia após a chegada da Família
Real portuguesa ao Rio de Janeiro, as quais foram
fundamentais para o processo da Independência.
Assinale a alternativa que apresenta uma medida
adotada e sua importância para a emancipação
política do Brasil.
A- a transferência do corpo diplomático, do comércio internacional e dos grã-fi nos, pois garantiu a
formação de uma elite nacional interessada na
autonomia.
B- um sensível crescimento da leitura e da escrita,
com a criação da Imprensa Régia, os jornais, a
biblioteca e o ensino, o que abriu espaço à formação e difusão de novas idéias.
C- a vinda de ministérios, secretarias e intendências, pois sem esta burocracia seria impossível
a formação de uma nação.
D- a importação de papel, tinta e mata-borrões, sem
os quais as aves não seriam utilizadas para o
desenvolvimento de uma produção local.
E- as mudanças na moradia, na alimentação, nos
transportes e no vestuário, pois favoreceram a
formação de uma classe média crítica e transformadora.
4-
A maior razão brasileira para romper os laços com Portugal era:
a) evitar a fragmentação do país, abalado por revoluções anteriores;
b) garantir a liberdade de comércio, ameaçada pela política de recolonização das Cortes de Lisboa;
c) substituir a estrutura colonial de produção e desenvolver o mercado interno;
d) aproximar o país das repúblicas platinas e combater a Santa Aliança;
e) integrar as camadas populares ao processo político e econômico.
5- Trabalhando com texto:
“O
latifúndio, a servidão, a escravidão e outros males prolongaram-se após a
independência, está claro que com o livre comércio, com os criollos governando e um novo senhor desenhando-se à vista de
todos: a loura e perversa Albion – ou se quiserem, a Inglaterra. E, o que é
pior, um senhor mais poderoso que o de antes, que não demorou a engendrar meios
para ficar com uma parte considerável da riqueza produzida pela sociedade. E
tudo isto sem a necessidade de manter uma administração colonial, pagar
exércitos e ditar leis incômodas”.
POMER, Leon. A independência da
América Latina. São Paulo: Brasiliense, 1996.
Sobre
o texto, responda:
a)
Qual é a crítica realizada pelo autor?
b)
Que situação permaneceu após a independência?
c)
Como o autor descreve a Inglaterra e sua ação sobre as antigas colônias
espanholas?
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